Essa devocional eu escrevi para a reunião da diretoria da UPA do dia 21/09/11. Na verdade eu a fiz em tópicos, mas editei para postar aqui no blog. Um detalhe: eu deveria fazer minha devocional com base na passagem Sl 119:153-160, mas só me lembrei disso depois de desenvolver quase toda a devocional, então “encaixei” essa passagem no que eu já tinha feito.
Para fazer essa devocional eu utilizei de um recurso excelente, que se você, leitor, ainda não possui, aconselho que providencie: o e-sword (download grátis aqui: http://www.e-sword.net/downloads.html e download grátis de material em português aqui: http://www.e-swordbrasil.blogspot.com/ ).
Eu sei que ficou meio grande, e que isso vai contra as regras da sociedade interneteira moderna, mas quando se tem muito o que falar deve-se falar muito. Se você não quiser ler por causa do tamanho, sem problemas, mas estará perdendo uma boa dose de conteúdo.
Eu sei que ficou meio grande, e que isso vai contra as regras da sociedade interneteira moderna, mas quando se tem muito o que falar deve-se falar muito. Se você não quiser ler por causa do tamanho, sem problemas, mas estará perdendo uma boa dose de conteúdo.
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“Ó Deus, olha para o meu sofrimento e socorre-me, pois não tenho desprezado a tua lei! Defende a minha causa e livra-me dos meus inimigos; conserva-me vivo, como prometeste. Os maus não serão salvos dos seus sofrimentos porque eles não se importam com as tuas leis. Como é grande a tua compaixão, ó SENHOR! Conserva-me vivo, de acordo com a tua justa vontade. Tenho muitos inimigos e perseguidores, porém não deixo de obedecer aos teus mandamentos. Quando olho para aqueles traidores, sinto nojo porque eles não obedecem à tua lei. Vê como amo os teus ensinamentos, ó SENHOR! Conserva-me vivo, por causa do teu amor. Todas as tuas palavras são verdadeiras; os teus mandamentos são justos e duram para sempre.” – Salmos 119:153-160, NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).
Nessa passagem Davi ora pedindo socorro para seu sofrimento e pedindo proteção e justiça. Ele mostra perseverança e não conformação com o mundo. Mas eu queria focar na esperança e na confiança de Davi. Elas estão em Deus. Isso fica ainda mais claro em outro salmo dele, o salmo 33.
“É o SENHOR Deus quem protege aqueles que o temem, é ele quem guarda aqueles que confiam no seu amor. Ele os salva da morte e nos tempos de fome os conserva com vida. Nós pomos a nossa esperança em Deus, o SENHOR; ele é a nossa ajuda e o nosso escudo. O nosso coração se alegra por causa do que o SENHOR tem feito; nós confiamos nele porque ele é santo. Ó SENHOR Deus, que o teu amor nos acompanhe, pois nós pomos em ti a nossa esperança!” – Salmos 33:18-22, NTLH.
“Os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam pelo seu amor, para livrá-los da morte e conservá-los vivos em tempo de fome. Nossa esperança está no SENHOR; ele é o nosso auxílio e escudo. Nosso coração se alegra nele, pois temos confiado no seu santo nome. SENHOR, que o teu amor esteja sobre nós, assim como a nossa esperança está em ti.” – Salmos 33:18-22, AS21 (Almeida do Século 21).
Assim como Davi, nós devemos pôr a nossa esperança em Deus. Pois é “Deus que protege aqueles que o temem, [...] ele os salva da morte”. Que Deus seja “nossa ajuda e o nosso escudo”. Que nosso coração se alegre com o que o Senhor tem feito, e que nós confiemos nEle, e coloquemos nEle a nossa esperança como Ele põe em nós o Seu amor. Se o fizermos nada nos faltará:
“Até os leões não têm comida e passam fome, porém não falta nada aos que procuram a ajuda do SENHOR.” – Salmos 34:10, NTLH.
“O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.” – Salmos 23:1, ARA (Almeida Revista e Atualizada).
Se nós procurarmos a ajuda do Senhor, Ele é fiel e justo para nos suprir todas as necessidades, desde que Ele esteja em primeiro plano na nossa vida, que foquemos nossas força, esperança e amor nEle.
“O Senhor está sempre perto de quem tem o coração partido e o espírito humilde.” – Salmos 34:18, BV (Bíblia Viva).
“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido.” – Salmos 34:18, NVI (Nova Versão Internacional).
“Javé está perto dos corações feridos, e salva os que estão desanimados.” – Salmos 34:18, Bíblia Católica Romana (peço perdão mas não sei exatamente o nome dessa bíblia).
Mesmo se estivermos desanimados e com o coração partido, o Senhor está pronto para nos ajudar, se pedirmos Sua ajuda. Portanto, com um Deus desse, como podemos perder a esperança? Ele criou o mundo e tudo o que nele há, Ele é bom e misericordioso, e Ele nos escolheu. Veja esta devocional do reverendo Élben César, retirada de seu livro “Refeições diárias com Jesus”, primeira edição, página 227:
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TU OS DESTE PARA MIM
Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina que tu me deste.
João 17.24, NTLH
Em sua oração intercessória em favor dos discípulos e das pessoas que creriam nele, Jesus mencionou dez vezes a expressão “tu me deste” (NTLH). Embora não haja separação alguma entre ele e o Pai (Jo 10.30), o Senhor afirma que Deus lhe deu o seguinte:
Autoridade sobre todos os seres humanos (Jo 17.2);
Um trabalho para fazer (Jo 17.4);
A mensagem (ou a palavra) transmitida aos discípulos (Jo 17.8, 14);
O poder do nome dele, por meio do qual ele guardou os discípulos (Jo 17.11-12);
A natureza divina (Jo 17.22, 24);
Aqueles que Deus tirou do mundo, isto é, os que já creram e vão crer nele (Jo 17.6).
Das seis dádivas mencionadas por Jesus, a que ele realça mais é a última: “Eu mostrei quem tu és para aqueles que tiraste do mundo e me deste. Eles eram teus, e tu os deste para mim” (Jo 17.6, NTLH). Jesus repete isso mais quatro vezes (Jo 17.9, 10, 24 e 25). Fica absolutamente claro que a salvação acontece de cima para baixo. É iniciativa da graça, não da fé e das obras. Fé e obras são manifestações da imensa misericórdia do Pai!
- Tu me enxergaste, tua graça me alcançou e tu me deste a Jesus Cristo.
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Percebe-se claramente que nós somos de Cristo. Pelo seu sangue Ele nos comprou.
“Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço.” – 1 Coríntios 6:19-20, NTLH (só um pedaço de cada versículo).
Nossa esperança está em cristo graças ao seu sacrifício definitivo. John Stott, em seu livro Cristianismo Básico (Ed. Ultimato, Viçosa, 2007, segunda impressão) nas páginas 121-128 apresenta esse sacrifício de modo bem interessante. Abaixo segue algumas partes desse trecho:
“A Frase que Pedro usa em sua primeira carta (2.24) para descrever a relação entre a morte de Cristo e os nossos pecados é esta: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”. A expressão “carregar pecados” soa estranha aos nossos ouvidos, assim, precisaremos voltar ao Antigo Testamento para compreendê-la. [...] ‘Se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do Senhor aquilo que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será culpado e levará a sua iniqüidade’ [(Lv 5:17)]. A expressão só pode significar uma coisa: ‘levar o pecado’ é sofrer as conseqüências do pecado, é receber o castigo.
“Algumas vezes, isso também implica que outra pessoa pode assumir a responsabilidade pelo pecador. [...] [Um] exemplo se encontra no livro de Lamentações, no qual, após a destruição de Jerusalém os israelitas clamam: ‘Nossos pais pecaram, e já não existem; nós é que levamos o castigo das suas iniqüidades’. [...] Do mesmo modo, no Dia da Expiação, Arão foi instruído a impor suas mãos sobre a cabeça de um bode expiatório, como forma de identificar a si mesmo e ao seu povo com o animal. Em seguida, ele deveria confessar os pecados da nação, transferindo-os simbolicamente ao bode, que era levado ao deserto. Depois disso, lemos que ‘o bode levará sobre si as iniqüidades deles para terra solitária’ [(Lv 16:22)]. [...] ‘Levar’ os pecados de alguém é assumir o lugar de outra pessoa, substituí-la, arcar com as conseqüências de seu pecado.
“Porém, essa extraordinária provisão é temporária, pois ‘é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados’[(Hb 10:4)]. [...] No longo cântico do servo sofredor de Isaías (capítulo 53), [...] Cristo é descrito em termos intencionalmente sacrificais. ‘Como cordeiro foi levado ao matadouro’, e ‘não abriu a boca’; mas ‘o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós’, e assim sua alma tornou-se uma ‘oferta pelo pecado’. Nós todos ‘andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo caminho’, mas ele, também ‘como ovelha’, foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados’. Essa linguagem clara de substituição descrevendo-o como ‘aflito, ferido de Deus e oprimido’, é resumida no fim do capítulo em duas frases já citadas em Levítico: ‘As iniqüidades deles levará sobre si’ e ‘Ele levou sobre si o pecado de muitos’. [...] Os escritores do Novo Testamento não tiveram dificuldade em reconhecer a morte de Jesus como o sacrifício definitivo [...]. Os antigos sacrifícios precisavam ser repetidos interminavelmente; Cristo morreu uma única vez, e para sempre. ‘Jesus... tendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus’.
“Esta última frase nos leva de volta à expressão de Pedro: ‘Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados’. O Filho de Deus identificou-se com os pecados dos homens. Ele não se contentou em assumir a nossa natureza; também levou sobre si a nossa iniqüidade. Ele não apenas ‘se fez carne’ no útero de Maria; ele ‘se fez pecado’ na cruz do Calvário. [...] Em seu amor extremo e imerecido por nós, ele não nos faria prestar contas de nossos próprios pecados. Não permitiria que dissessem a nós o que se dizia nos dias do Antigo Testamento, ‘cada um será morto pela sua iniqüidade’. Então o que Deus fez? ‘Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus’. Jesus não tinha nenhum pecado; ele se fez pecado com os nossos pecados na cruz. [...] Os pecados acumulados durante toda a história da humanidade foram colocados sobre ele. Ele levou-os voluntariamente em seu próprio corpo, e os fez seus, assumindo plena responsabilidade por todos eles. [...] Deus, que é ‘tão puro de olhos’ que não pode ver o mal, nem contemplar a opressão, virou o rosto para não contemplar aquela cena. Nossos pecados foram colocados entre o Pai e o Filho. O Senhor Jesus Cristo, que sempre esteve com o Pai, desfrutando de uma comunhão ininterrupta com ele, agora estava momentaneamente abandonado. Nossos pecados o levaram ao inferno. Ele experimentou o tormento da alma separada de Deus. Ao levar sobre si os nossos pecados, ele morreu em nosso lugar. Ele suportou o castigo da separação de Deus que nós, com nossos pecados, merecíamos. [...] Ele levou sobre si todos os pecados do mundo, e agora nós podemos nos reconciliar com Deus, desde que confiemos nesse Salvador, e o recebamos em nossas vidas. [...] [Pedro] diz que Cristo carregou ‘ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados’. [...] Seus ouvintes judeus não tiveram dificuldade em compreender a referência implícita a Deuteronômio 21, que diz, ‘qualquer que for pendurado no madeiro é maldito de Deus’. O fato de Jesus ter morrido pendurado ‘sobre o madeiro’ (para os judeus, ser pregado numa cruz ou pendurado sobre o madeiro eram situações equivalentes) queria dizer que ele estava sob a maldição divina.
“Em vez de rejeitar essa idéia, os apóstolos a aceitaram; Paulo fez uma explanação sobre esse assunto em Gálatas 3. Ele enfatizou que estava escrito em Deuteronômio: ‘Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo’. O significado desses versículos é decisivo e evidente: a maldição que deveria cair sobre os pecadores por transgredirem a lei foi lançada sobre Jesus na cruz. Ele nos libertou da maldição, tomando-a sobre si quando morreu.”
Bom, mesmo que o mundo seja reino do Diabo, mesmo que nós sejamos tentados e fiquemos desanimados com esse mundo, jamais desanimemos com Deus. Não sejamos desiludidos com Cristo. Digamos como o Rev. Élben: “continuarei ao lado dos entusiasmados de Jesus, e não ao lado dos desiludidos!” (CÉSAR, Élben, Refeições diárias com Jesus, 1ª edição, pg.257). Lembremos de William Wilberforce (http://upaipved.blogspot.com/2011/08/william-wilberforce-biografia-vi.html). Mais de 10 anos lutando antes de conseguir alguma vitória. Por isso não podemos desanimar. Devemos ser fortes e corajosos, porque o Senhor nosso Deus é conosco, por onde quer que andemos (paráfrase de Js 1:9). Deixo um último molho de frases para refletirem:
Do Senhor dos Anéis a Sociedade do Anel (TOLKIEN, John R. R., Ed. Martins Fontes, 2ª edição, 2002, São Paulo, págs. 52-3):
- Gostaria que isso não tivesse acontecido na minha época. – disse Frodo.
- Eu também – disse Gandalf. – Como todos os que vivem nestes tempos. Mas a decisão não é nossa. Tudo o que temos que decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado. (e aqui eu acrescento: e viver na esperança do retorno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois “Quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.” – 1ª Coríntios 13:10, NTLH.)
Da banda Crombie:
- Quem vive na esperança não perde por esperar.
Portanto, não desanimemos com esse mundo, pois Deus venceu o mundo! (veja João 16:33)
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