domingo, 25 de dezembro de 2011

Reflexão Natalina


Imagem retirada do blog do J.Andrew.

Houveram trevas, mas passaram. Houveram castigos, mas se acabaram. Houve quebra no relacionamento do criador e da criação, mas foi reconciliado. Hoje é natal. Hoje comemoramos a passagem das trevas para a luz, o perdão por nossos pecados e a restauração de nosso relacionamento íntimo com Deus. Mas isso não seria na Páscoa? Páscoa e natal estão interligados, no natal o Verbo se fez carne, na Páscoa o Verbo se fez pecado e se deu por nós. Aquele que não tinha pecado algum se encheu de pecado para os pecadores alcançarem o perdão. Desprezar esse sacrifício é o pior crime que um ser humano pode cometer. Saber do que Jesus fez por nós e não reconhecê-lo como nosso Senhor e Salvador é um passo direto para o fogo do inferno. O fogo de Udûn, para quem é fã de Tolkien. O fogo de Anor seria o fogo de Cristo, que é o Sol Nascente, a Estrela da Manhã. O fogo de Anor refina aqueles que são prata e ouro, mas queima aqueles que são palha. O Sol Nascente vem logo após a escuridão. E quando nasce é o natal, o Primeiro Natal. É isso que comemoramos hoje, no dia 25 de dezembro. Agora devemos esperar pelo retorno da luz. Mas essa noite nem se compara a anterior, pois agora temos uma lua que reflete a luz enquanto estamos nesse mundo, que é a Igreja de Cristo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Reflexão Pré-Sono

Esse texto eu escrevi em Viçosa, no dia 15/11/11, das 1:30 AM até as 1:48 AM. Literalmente foi uma reflexão pré-sono. é bem pequeno. Segue o texto:
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Reflexão Pré-Sono
    Seria, aparentemente, mais fácil obedecer a Deus e não cair em tentação por medo de ser punido (atirado no inferno) do que por dever e amor, como diria Maquiavel, pois, para ele os homens são "ingratos, volúveis, simuladores e dissimuladores, covardes e ávidos de ganhos" (O Príncipe, cap. XVII), ou seja, pecadores. Mas isso não tem como se encaixar na lógica cristã, pois Deus é totalmente bom e o homem totalmente carente dEle. Por isso, o que é aparentemente mais difícil, o caminho estreito, é o que leva até Ele. Pois, com o pecado em nós, é difícil sermos bons, que é o que Deus quer de nós. Por isso devemos obedecer a Deus por dever, pois Ele é nosso Senhor, e nós, mesmo já estando salvos, devemos segui-lo e nos esforçar para deixá-lo viver nossa vida por nós, não nos rebelando com intuito de controlar-nos. Deus é com aqueles que escolheu e os socorre, não deixando-os viver como os desse mundo vivem. Portanto, irmãos, esforcemo-nos para não cair em tentação, não com nossas forças, mas com as forças do Senhor e para a sua glória.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Labirinto

Escrito em Viçosa, no dia 8/12/11, das 11:30 PM até o dia 9/12/11 às 12:08 AM, o texto "O Labirinto" mostra um olhar de cansaço sobre a vida. Chega a ser interessante. segue o texto:
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O Labirinto


      Perdido. Sim, perdido. Estou perdido no labirinto de Daedalos¹, o Labirinto da Vida. Cada decisão que tomo, cada escolha que faço parece levar a lugar nenhum, a um beco sem saída além do retorno. Mas no Labirinto da Vida o tempo rege tudo, e no tempo não há retorno, exceto talvez o eterno retorno², que acompanha a história. Já nem esse é fiel à eternidade, pois o retorno não é eterno e a história caminha para um fim, uma plenitude, uma consumação. Último retorno, é chamada essa consumação, quando Ele retornar. Lindo será esse Dia. Inda o aguardo, o espero. Até lá estarei ainda, se vivo, nesse Labirinto. Há um fio de lã no caminho, no Labirinto. Parece ser o caminho certo que ele indica, pois as coisas só dão certo quando o sigo. Mas segui-lo é renunciar minha capacidade de encontrar um outro caminho. Sei que não há outro caminho, mas meu orgulho me impede de assumir isso e de deixar que outra coisa me controle. Afinal, eu devo governar a mim mesmo! Não? A resposta eu sei e você também[, imagino]. Mas pô-la em prática é simplesmente altamente desafiador. Acabo preferindo vagar e vagar pelo Labirinto sem alcançar nada do que seguir a resposta clara aos meus olhos.


¹ O labirinto de Dédalo, feito para aprisionar o minotauro. (http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9dalo)
² Eterno Retorno é um dos temas da filosofia de Nietzsche. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Eterno_retorno)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Seguimos a Verdade em Amor

Esse poema a maioria de vocês que frequentam meu blog já deve ter visto por aí, mas eu estou postando ele mesmo assim. É de autoria da diretoria da UPA 2011 (Clara, James A., Denise, Júlia e Davi) e foi feito para o acampamento da IPV (Igreja presbiteriana de Viçosa) de tema "Seguindo a Verdade em amor". Adicionei algumas notas explicativas. xD

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    Seguimos a Verdade em amor

    No início Deus somente havia,
    Criou o mundo e tudo o que nele há,
    Criou o homem e a mulher, para sua alegria, 
    A sua imagem nos criou para o louvá.
    Porém nós, às margens do Pisom¹ gritamos: Independência e morte.
    A serpente a todos nós enganou,
    E por um momento, ser iguais a Deus desejamos,
    O Fruto até o fundo do poço nos levou,
    E escravos do pecado nos tornamos,
    Pois pensamos que podíamos viver à nossa própria sorte!
    Durante muitos milênios vivemos sobre o jugo do pecado,
    Mas a nenhum momento a mão do Senhor abandonou Israel,
    Nunca deixando assim seu povo de lado,
    E até o Sol parou, e fogo desceu do céu,
    Mas o sangue de animais para nos salvar não era suficiente. 
    O Senhor tinha um plano,
    Um plano perfeito para nós que somos imperfeitos,
    Nos livrar do pecado insano,
    E mandar Jesus para resgatar seus bons preceitos.
    Para o Filho do Homem esmagar a cabeça da serpente!
    Nascido de uma humilde virgem numa pequena estrebaria,
    Aos 30 anos iniciou seu ministério, e muitos discípulos reuniu,
    Muitos milagres realizou e várias outras pessoas curaria,
    A muitos alimentou, foram mais de oito mil².
    Mas veio por um motivo, e por nós ele se deu.
    Foi surrado com varas e coroado com espinhos,
    Forçado por marginais a carregar a própria cruz,
    Conduzido descalso por pedregosos caminhos, 
    E, com um último suspiro, morreu o Filho de Deus, Jesus!
    No terceiro dia todos se surpreenderam quando amanheceu...
    Da sepultura Jesus ressurgiu,
    Desse modo comprou nossa liberdade e nos adotou,
    E assim o pecado em terra caiu,
    E um glorioso canto de vitória entoou. 
    Nosso relacionamento reconciliado, e renovada a nossa esperança.
    Como é grande o amor que o Pai nos concedeu,
    Ao ponto de sermos chamados filhos de Deus,
    Ele permanece em nós pelo Espírito que nos deu,
    E assim nos aperfeiçoamos: sendo seus,
    E vivendo plenamente em Sua Nova Aliança!
    Em nossa jornada diária,
    Seguimos a Verdade em amor,
    Em sua misericórdia inimaginária,
    Não nos deixa de abençoar o Senhor.
    Mas O Plano ainda não se concretizou.
    Aguardamos pelo retorno daquele que nos salvou,
    Novo Céu e Nova Terra, um novo corpo livre do mal,
    Vida eterna com Aquele que nos predestinou,
    Sempre estando em dependência total, 
    Essa é a nossa esperança, que temos porque Ele nos amou.


¹Pisom era um dos quatro rios (Pisom, Giom, Tigre e Eufrates) formados pela divisão do rio que cortava o Éden. No caso está representando o rio do Éden.
²Baseado na frase: "O poder de luta dele é de... MAIS DE OITO MIL!!!" (http://www.youtube.com/watch?v=cpmn1SNNfF4)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Reflexão sobre a corrupção

Eu ia por outro texto hoje, mas como hoje é dia 5 de dezembro, e eu não tinha o blog no dia 5 de novembro, me lembrei da renomada frase do filme "V de vingança" (quem não viu fica a dica): "remember, remember, the fifth of november". Então pensei em por alguma coisa diferente, aí lembrei que eu tinha esse texto, "Reflexão sobre a corrupção", e de que o símbolo atual da luta contra a corrupção é a máscara do V. Então, eis umas imagens e o texto (escrito em Viçosa no dia 15/11/11 das 9:40-10:04):

Protesto contra a corrupção na avenida paulista.

O herói "V", do filme "V de vingança".

      A corrupção surge da busca pelo prazer a qualquer custo, onde o corrupto confunde prazer com felicidade. Ao buscar o prazer, o corrupto burla normas achando que quanto mais prazer obtiver mais feliz será, mesmo que prejudique outros para obter prazer. Muitos corruptos se corrompem por dinheiro, pois este pode comprar o prazer momentâneo e imediato. Porém a corrupção vira necessidade quando a busca pelo prazer vira vício, e o corrupto perde totalmente o controle para a Carne, não conseguindo parar de se corromper. A corrupção é egocêntrica, pois procura-se com ela servir a si mesmo de prazer e felicidade, sem se importar com os outros. Logo vê-se que a corrupção é filha do orgulho, como todo e qualquer pecado, pois a pessoa corrupta se coloca no lugar de Deus, no centro (egocentrismo*), ao invés de deixar Deus e Cristo no centro (teocentrismo; cristocentrismo), e se acha superior a Deus, atirando-o na periferia de sua vida. Essa pessoa será eternamente insatisfeita e infeliz, a menos que recoloque Deus no Seu devido lugar, o centro.


* Ainda vai aparecer outras vezes nesse blog essa ideia de contrapor o egocentrismo ao cristocentrismo, e não ao altruísmo, pois acho eu, todos estão relacionados, mas Cristo deve estar no centro de nossa vida, e nos na periferia, enquanto o próximo deve estar mais próximo do centro que nós mesmos mas nunca no centro exato, lugar que deve ser assumido exclusivamente pelo Deus Triúno.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Reflexão sobre a escrita

Esse texto eu escrevi em Viçosa, no dia 08/10/11, das 10:12 PM até as 11:19 PM. Não é um texto com um enfoque cristão, como os outros que eu postei, mas eu achei ele bem interessante. Uma frase que eu apliquei verdadeiramente a esse texto é essa: "Às vezes tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que, ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconsciente, eu antes não sabia que sabia." da Clarice Lispector. Eu não sabia que eu conseguia escrever um texto tão complexo antes de escrever esse. E, detalhe: eu tinha acabado de fechar "O Príncipe", de Maquiavel, ou seja, a linguagem complexa estava altamente presente na minha mente. Sem mais delongas, eis o texto.
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Reflexão sobre a escrita
Uma análise sintética de como textos escritos implicam na síntese de pensamentos por intelectos analisantes¹.

            A caneta escreve o que a mente prescreve em palavras que descrevem conceitos contínuos formulando frases e sentidos. Desse modo pensamentos são transcritos em papéis fadados à memória futura e à interpretações distintas por pessoas distintas com contextos distintos em tempos distintos levando um pequeno pensamento a gerar inúmeros outros. Assim, escrevo o que penso, mas não é o que penso que um outro leitor, ou eu mesmo em outro contexto ou outra época, interpreta do que escrevo. Logo, a escrita cultiva pensamentos.
Mas o tema central de meu pensamento transcrito deve permanecer se bem suceder minha escrita, por isso deve-se escrever sobre o que se reflete e que deseja permanecer vivo em intelecto alheio. Logo, se escrevo algo "bom", minha escrita cultiva pensamentos "bons", e se escrevo algo "ruim", minha escrita cultiva pensamentos "ruins".
Porém o intelecto analisante de minha escrita é racional e dotado da grandeza de Pascal, e possui senso crítico, podendo discordar de minhas opiniões, fazendo com que uma escrita "boa" cultive pensamentos "ruins". Logo, apenas o tema central que se discute, não as opiniões transcritas sobre tal tema, prevalecem nos pensamentos gerados pela escrita.
Entretanto o intelecto analisante é único, imaginativo e dotado de experiências que relaciona com signos e conceitos da linguagem, podendo, deste modo, retirar pensamentos de escritos cujo tema central é um, com outro tema central, como se se dissesse "o sol é vermelho", e o intelecto analisante do leitor pensasse no Papai Noel simplesmente pelo signo remetido a palavra "vermelho". Logo, a escrita cultiva pensamentos derivados do conceito próprio do intelecto analisante, sem haver controle, por parte do escritor, do que seus escritos podem criar em intelectos alheios.
Todavia o intelecto analisante tende a analisar o escrito com base em um contexto específico e tende a remeter ao tema central dos pensamentos do autor do escrito e gerar pensamentos em volta de tal tema. Logo, o autor pode e deve articular suas palavras de modo a induzir seu público alvo de intelectos analisantes a produzir pensamentos em áreas específicas, sendo estas controladas pelo autor através do uso de expressões comuns ao convívio social entre os intelectos e que remetem a signos semelhantes nos diversos leitores.
Dessa reflexão podemos concluir que:
1. O autor não é totalmente responsável por pensamentos derivados de sua escrita;
2. O bom autor sabe induzir o leitor a gerar pensamentos em concordância ou semelhança com seus próprios pensamentos;
3. O bom autor sabe ocultar, revelar ou transmitir direta ou indiretamente pensamentos específicos no intelecto analisante, de modo a se comprometer ou não com a ideologia transmitida por tal pensamento;
4. É impossível prever quais e quantas ideias uma caneta há de gerar, exceto para Deus;
5. Pensamentos se proliferam facilmente em intelectos, podendo utilizar a escrita como catalisador de tal processo;
6. A escrita imortaliza² o pensamento do autor e prolifera pensamentos distintos ao pensamento do autor numa mesma sentença, dependendo completamente dos intelectos analisantes para uma ou outra coisa;
7. Todo³ autor deve ter em conta seus objetivos para com seus escritos de modo à atingí-los utilizando das ferramentas de controle e coerção explicitadas acima para com seus intelectos analisantes alvo.

¹ Essa ideia de "intelecto analisante" caminha lado a lado com a ideia de "intelecto sintetizante", que eu descartei nesse texto substituindo-a pela palavra "autor". Ambas eu retirei de um texto de Sto. Tomás de Aquino, chamado "QUESTÕES DISCUTIDAS SOBRE A VERDADE", mais especificamente do Artigo Terceiro, "A verdade reside somente no intelecto sintetizante e analisante?".
² Na realidade a escrita imortaliza na medida em que o pensamento deixa de depender do intelecto sintetizante e passa a depender de uma folha de papel e de intelectos analisantes. Mas sem esses dois aquele escrito é morto, não imortal.
³ Quando ponho que "todo autor deve ter em conta seus objetivos para com seus escritos", quero dizer que um autor que almeja alguma utilidade para seu escrito deve utilizar-se das ferramentas explicitadas, mas caso o autor não possua um objetivo lógico/direto para com o escrito, pode desprezar a necessidade de manipulação dos intelectos analisantes.